1. O Plano Nacional de Recuperação e Resiliência T(NRRP) e seu impacto
O Plano Nacional de Recuperação e Resiliência (NRRP) é um plano ambicioso e abrangente desenvolvido pela União Europeia (UE) para enfrentar os desafios económicos e sociais colocados pela pandemia Covid-19. O plano define como os países da UE utilizarão o financiamento da iniciativa NextGenerationEU para apoiar a sua recuperação económica e construir um futuro mais sustentável e resiliente. As reformas e o investimento no plano da Itália, aprovado pelo Conselho em 13 de julho de 2021, conforme alterado em 19 de setembro de 2023, estão ajudando a Itália a se tornar mais sustentável, resiliente e melhor preparada para os desafios e oportunidades oferecidos pelas transições verde e digital. Entre outras coisas, o Plano Nacional de Recuperação e Resiliência está trazendo melhorias significativas no atendimento ao paciente dentro do setor de saúde. O aumento do financiamento está facilitando a aquisição de equipamentos de última geração e o desenvolvimento de técnicas avançadas de imagem/terapia. Espera-se que isso leve a diagnósticos mais precisos e oportunos, permitindo que os médicos forneçam tratamentos mais direcionados e eficazes. Além disso, o plano enfatiza o recrutamento e a formação de profissionais de saúde qualificados, melhorando ainda mais a qualidade dos cuidados prestados aos pacientes. Melhor acesso a serviços de radiologia, medicina nuclear e radio-oncologia, tempos de espera reduzidos e experiência aprimorada do paciente são alguns dos resultados notáveis deste plano. Em particular, as seguintes áreas beneficiarão dos investimentos previstos no Plano Nacional de Recuperação e Resiliência:
Substituição de equipamentos desatualizados que usam radiação ionizante: o uso da tecnologia de radiação ionizante na área da saúde está progredindo a um ritmo extraordinário e cada vez mais acelerado. Os departamentos de radiologia, radioterapia e medicina nuclear são capazes de melhorar seus padrões de atendimento e eficiência graças aos avanços contínuos. Como parte do Plano Nacional de Recuperação e Resiliência, um foco significativo foi colocado na substituição de equipamentos desatualizados que usam radiação ionizante. Esta iniciativa reconhece a importância de ter tecnologia de ponta no campo da radiologia, oncologia de radiação e medicina nuclear para melhorar o atendimento ao paciente e a precisão do diagnóstico. Equipamentos desatualizados podem levar a uma qualidade de imagem abaixo do ideal, tempos de exame mais longos e capacidades diagnósticas/terapêuticas limitadas. Ao alocar recursos para a substituição desses equipamentos, o plano visa melhorar a eficiência e a eficácia dos procedimentos de medicina radiológica/nuclear e tratamentos de radioterapia. A atualização para sistemas de imagem modernos, como radiografia digital, tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM), não apenas permite diagnósticos mais rápidos e precisos, mas também contribui para reduzir os tempos de espera dos pacientes e melhorar os resultados gerais dos cuidados de saúde. Na mesma linha, equipamentos de radioterapia de última geração, como aceleradores lineares avançados com recursos de terapia de radiação guiada por imagem (IGRT) e terapia de radiação modulada por intensidade (IMRT), podem fornecer doses de radiação mais direcionadas e precisas, poupando tecidos saudáveis enquanto efetivamente tratam tumores. A substituição de equipamentos radiológicos desatualizados no âmbito do Plano Nacional de Recuperação e Resiliência significa um compromisso de fornecer tecnologia de ponta aos profissionais de saúde, garantindo a prestação de cuidados de alta qualidade aos pacientes.
Padrões de Segurança Melhorados: um dos principais focos do Plano Nacional de Recuperação e Resiliência é o aprimoramento dos padrões de segurança no uso médico de radiação ionizante. O plano enfatiza a implementação de protocolos e diretrizes rigorosos para garantir o manuseio e a administração seguros de radiação em ambientes de saúde. Treinamento e educação adequados para profissionais de saúde envolvidos em procedimentos de radiação são priorizados para minimizar os riscos associados à exposição à radiação ionizante. Ao impor medidas de segurança robustas, o plano protege pacientes, profissionais de saúde e o público em geral, mitigando os potenciais efeitos adversos da radiação ionizante.
Pesquisa e Desenvolvimento: o Plano Nacional de Recuperação e Resiliência reconhece a importância de fomentar a pesquisa e o desenvolvimento no campo do uso médico da radiação ionizante. O aumento do investimento nesta área levou a avanços significativos nas técnicas de radioterapia, como radioterapia modulada por intensidade, radiocirurgia estereotáxica e braquiterapia. Essas inovações revolucionaram o tratamento do câncer, permitindo o direcionamento preciso de tumores, poupando tecidos saudáveis. Além disso, o plano apoiou os esforços de pesquisa para explorar aplicações alternativas de radiação ionizante em campos como medicina nuclear e imagem molecular, abrindo caminho para futuras descobertas médicas. A transformação digital é outra área importante em que o NRRP pode apoiar a inovação em saúde. Tecnologias digitais como inteligência artificial (IA) e aprendizado de máquina podem ajudar os radiologistas a interpretar imagens com mais precisão e eficiência, permitindo diagnósticos mais rápidos e precisos. Da mesma forma, a IA tem o potencial de melhorar a precisão, eficiência e qualidade geral da radioterapia para pacientes com câncer. O NRRP inclui investimentos em infraestrutura digital, como conexões de banda larga de alta velocidade, que podem apoiar o desenvolvimento e a implantação dessas tecnologias na área da saúde.
Fortalecimento da Infraestrutura de Saúde: o Plano Nacional de Recuperação e Resiliência alocou recursos para fortalecer a infraestrutura de saúde relacionada ao uso médico da radiação ionizante. Isso inclui a renovação e expansão de departamentos de oncologia de radiação, instalações de radiologia e unidades de medicina nuclear. A infraestrutura atualizada permite que os profissionais de saúde atendam à crescente demanda por serviços diagnósticos e terapêuticos baseados em radiação, garantindo o acesso oportuno aos pacientes. Além disso, o plano enfatiza o estabelecimento de programas abrangentes de segurança contra radiações e medidas de garantia de qualidade, promovendo uma cultura de excelência e responsabilidade na prestação de serviços de radiação.
Colaboração e Compartilhamento de Conhecimento: o Plano Nacional de Recuperação e Resiliência incentiva a colaboração entre instituições de saúde, organizações de pesquisa e partes interessadas do setor envolvidas no uso médico de radiação ionizante. As redes colaborativas promovem o compartilhamento de conhecimento, as colaborações de pesquisa e a disseminação das melhores práticas. Essas parcerias facilitam a troca de conhecimentos, avanços e protocolos de garantia de qualidade, garantindo padrões uniformes e melhoria contínua no campo. Ao promover a colaboração, o plano cria um ambiente dinâmico que estimula a inovação e contribui para o desenvolvimento de novas técnicas e tecnologias. O investimento em resiliência pode ajudar os profissionais de saúde a se prepararem e responderem a crises futuras, como pandemias ou desastres naturais, garantindo que os serviços essenciais de imagem permaneçam disponíveis para os pacientes.
2. Um foco no Plano Nacional de Recuperação e Resiliência da Itália
O plano de recuperação e resiliência da Itália visa abordar a necessidade urgente de promover uma forte recuperação e preparar a Itália para o futuro, na sequência de uma crise sem precedentes provocada pela pandemia. A Itália se tornará mais resiliente, sustentável e bem preparada para as oportunidades e desafios apresentados pelas transições verde e digital graças às reformas e aos investimentos no plano. O NRRP italiano foi lançado pelo governo italiano e aprovado pela União Europeia (UE) em abril de 2021. Visa modernizar a infraestrutura do país e torná-lo mais resiliente aos desafios futuros. Inclui uma série de medidas destinadas a melhorar a competitividade da Itália, fortalecer a coesão social e acelerar a transição do país para uma economia mais sustentável e digital. De acordo com o Regulamento do Mecanismo de Recuperação e Resiliência, todas as reformas e investimentos devem ser implementados até agosto de 2026. O NRRP total inclui um financiamento de 191,5 mil milhões de euros, dos quais 68,9 mil milhões de euros estão reservados para investimento e 122,6 mil milhões de euros para reforma [1]. O plano inclui 58 reformas e 132 investimentos para conseguir isso. Os investimentos se concentram em seis áreas principais (ou missões), incluindo digitalização, infraestrutura sustentável, transição verde, educação e pesquisa, inclusão social e saúde. Estes investimentos visam impulsionar o crescimento económico, criar empregos e melhorar o bem-estar dos cidadãos italianos. Um dos principais focos do NRRP é o sistema de saúde, com uma quantidade significativa de recursos alocados para melhorar a qualidade dos cuidados e infraestrutura em hospitais e instalações médicas. A Sexta missão diz respeito à saúde, um setor crítico que enfrentou desafios históricos no ano passado. O impacto da crise da Covid-19 nos sistemas de saúde demonstrou a importância de um direito à saúde integral, equitativo e uniforme em todo o território nacional. Além disso, a pandemia voltou a colocar o bem-estar pessoal no centro da agenda política. As reformas e investimentos propostos pelo plano nesta área têm dois objetivos principais: fortalecer a capacidade de prevenção e tratamento do sistema nacional de saúde em benefício de todos os cidadãos para garantir o acesso justo e universal aos cuidados e promover o uso de tecnologias inovadoras na medicina. A missão 6 do NRPP é dividida em dois componentes:
– M6C1: Redes de proximidade, instalações e telemedicina para assistência à saúde territorial. As medidas deste componente visam fortalecer os serviços prestados no território, aprimorando e criando instalações e centros locais (como Casas Comunitárias e Hospitais Comunitários), fortalecendo o atendimento domiciliar, desenvolvendo a telemedicina e integrando-se de forma mais eficaz a todos os serviços sociais e de saúde.
– M6C2: Inovação, pesquisa e digitalização do Serviço Nacional de Saúde. As medidas incluídas nesta componente permitirão a renovação e modernização das estruturas tecnológicas e digitais existentes, o preenchimento e difusão do Registo Sanitário Eletrónico (RSE), uma melhor capacidade de prestação e monitorização dos Níveis Essenciais de Assistência (NEA) através de sistemas de informação mais eficazes. Recursos significativos também são alocados à pesquisa científica e à proposição de transferência de tecnologia, bem como ao fortalecimento das capacidades e do capital humano do Serviço Nacional de Saúde por meio do aprimoramento da formação de recursos humanos.
O NRRP alocou um total de 15,63 bilhões para os dois componentes da missão. No geral, o NRRP da Itália pode desempenhar um papel crítico na condução da inovação e na melhoria da qualidade dos cuidados no uso de radiação ionizante nos cuidados de saúde. Ao apoiar investimentos em digitalização, infraestrutura sustentável, saúde, resiliência, educação e pesquisa e inclusão social, o plano pode ajudar os profissionais de saúde a fornecer diagnósticos mais precisos e terapias eficientes, reduzir os tempos de espera e melhorar os resultados para os pacientes. O NRRP representa um investimento significativo no futuro do uso médico da radiação e tem o potencial de transformar o campo nos próximos anos.
3. Impacto do NRRP na radiologia
A infraestrutura hospitalar tecnológica e digital italiana está gravemente desatualizada e deficiente em muitas instalações. A eficiência do sistema e a qualidade dos serviços estão em risco, o que pode prejudicar a confiança do público no sistema de saúde. Um dos desafios mais ambiciosos do NRRP é a modernização de equipamentos tecnológicos em hospitais italianos, com um investimento para a aquisição de novos equipamentos de alta tecnologia. Conforme previsto, 15,63 mil milhões de euros (representando 8,16% do total) serão atribuídos à saúde (missões M6C1 e M6C2) para apoiar reformas e investimentos significativos para o Serviço Nacional de Saúde a serem implementados até 2026. Um relatório recente da OASI mostra um índice de obsolescência de instalações e equipamentos em hospitais públicos em 79% [2]. Além disso, de acordo com o Observatório de Dispositivos Médicos da Confindustria [3], que analisou o estado de obsolescência do parque tecnológico de diagnóstico por imagem em instalações de saúde públicas e privadas italianas. A partir de 2021, quase 37.000 dispositivos de diagnóstico por imagem na Itália não estavam mais alinhados com o nível atual de inovação, com 95% dos equipamentos de mamografia convencionais além do ciclo de atualização, bem como 54% das ressonâncias magnéticas nucleares, 42% dos tomógrafos e 51% dos tomógrafos (figura 1). Um olhar mais atento às diferenças na distribuição geográfica de tomógrafos, ressonâncias magnéticas e equipamentos de mamografia é fornecido nas figuras 2-4, respectivamente. O PNRR prevê um investimento para comprar e testar pelo menos 3.100 dispositivos até o final de 2024 para substituir os dispositivos obsoletos e inutilizáveis. O investimento previsto de 4,05 mil milhões de euros aborda simultaneamente três frentes para melhorar o equipamento tecnológico do sistema nacional de saúde e, assim, a qualidade dos serviços prestados. As IVS são organizadas da seguinte forma:
– a modernização digital do parque tecnológico dos hospitais através da compra de 3.133 novos dispositivos de grande escala de alta tecnologia (tomógrafos, aparelhos de ressonância magnética, aceleradores lineares, sistemas de radiologia estacionária, sistemas de angiografia, câmeras gama, câmeras gama/ tomógrafos, mamógrafos e aparelhos de ultrassom) com mais de 5 anos;
– intervenções destinadas a aumentar o nível de digitalização de 280 estabelecimentos de saúde que abrigam enfermarias de Emergência e Admissão (DEA) de nível I e II;
– por fim, a intervenção (implementando o artigo 2º do Decreto Legislativo nº 34/2020) prevê o fortalecimento estrutural dos hospitais da SSN através da adoção de um plano específico para melhorar os serviços hospitalares para garantir: (i) o aumento da capacidade de leitos de UTI (+3.500 leitos) para garantir o padrão de 0,14 leitos por 1.000 habitantes e cuidados semi-intensivos (+4.225 leitos); (ii) a consolidação de vias segregadas dentro do departamento de emergência; (iii) um aumento no número de veículos para transporte secundário.
Fig. 1. Parque tecnológico de diagnóstico por imagem em uso em instalações de saúde públicas e privadas italianas em 2021, conforme relatado pelo Osservatorio parco installato (Opi) di Confindustria Dispositivi Medici. Fonte: https://www.confindustriadm.it/ parco-installato-dati-2021/.
Figg. 2, 3, 4. Distribuição de 2.178 scanners de TC (imagem à esquerda), 1.179 scanners fechados de RM (imagem ao centro) e 2.039 sistemas de mamografia digital (imagem à direita) considerados em uso até o final de 2021 em unidades de saúde públicas e privadas na Itália. Fonte: Osservatorio parco installato (Opi) di Confindustria Dispositivi Medici, https://www.confindustriadm. it/parco-installato-dati-2021/.
A despesa total para o investimento ascende a 4,05 mil milhões de euros. Este montante inclui também a quota já incluída na tendência (e no valor de 1,41 mil milhões de euros) relativa aos projetos já iniciados pelo Ministério da Saúde para fortalecer estruturalmente o SSN no setor hospitalar, que estão a ser preparados para lidar com a emergência da Covid 19 de acordo com o artigo 2 .º acima mencionado do Decreto Legislativo n.º 34/2020. Em relação aos custos, pode-se dizer o seguinte:
– Despesas de 1,19 mil milhões de euros para a renovação de equipamentos médicos. Estas despesas dizem respeito a cerca de 0,60 mil milhões de euros para a substituição de 1.568 equipamentos até ao terceiro trimestre de 2023 e outros cerca de 0,60 mil milhões de euros para a substituição dos restantes 1.565 equipamentos até ao final de 2024.
– Gastos de 1,45 mil milhões de euros na digitalização de DEAs de Fase I e II (incluindo 1,09 mil milhões de euros para a digitalização de 210 unidades até ao primeiro trimestre de 2024 e 0,36 mil milhões de euros para a digitalização de mais 70 unidades até ao final de 2025). A publicação do procedimento licitatório e a assinatura dos contratos com as operadoras estão previstas para o terceiro trimestre de 2022.
– Despesa total de 1,41 mil milhões de euros até ao segundo semestre de 2026 para a renovação das capacidades de leitos de UCI e semi-UCI existentes, a modernização das salas de emergência e o aumento do número de viaturas para transporte secundário de saúde (projeto já iniciado).
O número e os tipos de unidades a serem substituídas são: 340 CT (128 fatias), 190 unidades de sistemas de ressonância magnética de 1,5 T, 81 aceleradores lineares, 937 sistemas de raios-X estacionários, 193 angiografias, 82 câmeras gama, 53 câmeras gama CT, 34 PET, 295 unidades de mamografia, 928 unidades de ultrassom.
Cada hospital digital deve ter um centro de processamento de dados necessário para informatizar toda a estrutura hospitalar, tecnologias de TI de hardware e software suficientes, tecnologias eletromédicas e tecnologias adicionais necessárias para informatizar cada departamento hospitalar. O equipamento será instalado onde for necessário, dependendo da finalidade a que se destina, da área onde se destina a prestar cuidados de saúde e da complexidade dos serviços de diagnóstico e terapêuticos que é obrigado a prestar. A oportunidade apresentada pelo Plano Nacional de Recuperação para a renovação da tecnologia de diagnóstico por imagem é única e não deve ser desperdiçada. No entanto, é necessária uma perspectiva mais ampla para aproveitar essa oportunidade. Isso significa levar em consideração as necessidades reais e a adequação da alocação, incluindo o tipo de equipamento. Não basta simplesmente substituir equipamentos antigos para fazer um bom trabalho. Uma avaliação de tecnologias em saúde é necessária para o uso racional e eficaz de novas tecnologias. Por exemplo, em relação à ressonância magnética (RM), durante anos a Itália esteve na parte superior do ranking europeu em dados absolutos sobre o número de tecnologias, enquanto os dados sobre o número de exames por habitante colocaram a nação na parte inferior da média. Segue-se intuitivamente que a taxa média de utilização de cada dispositivo é baixa e bem abaixo da média europeia. Em 2018, cada aparelho de ressonância magnética na Itália realizou uma média de 2.570 exames, em comparação com 4.309 na Alemanha, 5.371 na Espanha e 8.095 na França.
Portanto, a análise regional da substituição da tecnologia de imagem deve ser realizada com cuidado e rigor. A substituição de tecnologia obsoleta em um centro com desempenho significativamente inferior ao padrão de referência pode não ser apropriada (a produção anual de 4.000-8.000 exames de ressonância magnética é considerada média [4]). Pelo contrário, seria apropriado concentrar tecnologias em centros que tenham capacidade de produção adequada.
4. Impacto do NRRP na radioterapia
A radioterapia oncológica também se beneficiará de financiamento no âmbito do NRRP. Avanços tecnológicos significativos na radioterapia oncológica exigem a atualização de equipamentos, como aceleradores lineares em hospitais italianos, que muitas vezes são desatualizados e incapazes de fornecer o melhor tratamento aos pacientes. De acordo com um censo recente de centros e equipamentos de radioterapia oncológica na Itália, existem atualmente 430 máquinas de radioterapia de feixe externo em operação, das quais 377 são aceleradores lineares e 53 máquinas são capazes de realizar radioterapia com tecnologias altamente complexas (30 máquinas para tratamentos volumétricos helicoidais, 17 máquinas para radiocirurgia com Cyber Knife e Gamma Knife, quatro aceleradores híbridos com ressonância magnética e duas máquinas para terapia de prótons). Destes dispositivos, 45,5% têm mais de 10 anos e 29% têm mais de 12 anos. Essa necessidade de modernização foi finalmente reconhecida pelas instituições, e o espaço dedicado a esse tópico no Plano Nacional de Reabilitação e Resiliência é significativo. O valor deste investimento é, em primeiro lugar, de capital próprio. É necessário garantir que todas as regiões italianas tenham a mesma capacidade de fornecer tratamento que atenda aos padrões internacionais e use as melhores tecnologias possíveis. Além disso, as viagens da Hope para lugares distantes onde o paciente vive para receber o melhor e mais avançado tratamento devem ser drasticamente reduzidas. A situação é diferente para equipamentos de alta tecnologia para radioterapia, que não podem ser instalados em todos os hospitais por razões de custo, mas cuja inclusão deve ser reconhecida organicamente em todas as regiões com base em características específicas (como experiência, volume de tratamento e outros fatores).
5. Impacto do NRRP na proteção contra radiações
Como esperado, as medidas do NRRP incluem a compra de cerca de 3.000 equipamentos hospitalares para substituir equipamentos obsoletos e fora de serviço. Mais de metade destes (64%) serão equipamentos que utilizam radiações ionizantes e, portanto, estão sujeitos às disposições de proteção contra radiações do Decreto Legislativo n.º 101, de 31 de julho de 2020. No que diz respeito à implementação desta medida, infelizmente ainda há atrasos significativos em muitas regiões. É de extrema importância que a segurança dos tratamentos radiológicos, radioterapêuticos e de medicina nuclear seja garantida por modelos organizacionais que estejam em conformidade com a lei e não apenas por equipamentos de última geração. No que diz respeito aos equipamentos radiológicos, o recente Decreto Legislativo 101/2020 coloca particular ênfase no papel do manual da qualidade num programa de melhoria contínua dos padrões de qualidade. Em particular, o atual quadro jurídico prevê as seguintes medidas:
– Indicação da classe de dose absorvida para pacientes após um exame radiológico. De acordo com o artigo 161, parágrafo 6º, cada relatório deve conter informações sobre a exposição a radiações ionizantes “consistindo em uma indicação da classe de dose (de I a IV) atribuível ao exame em questão”. A classe de dose deve ser determinada com base na natureza e nos métodos dos exames radiológicos e de medicina nuclear e nas indicações dadas pelo especialista em física médica.
– Padrões manuais e ad-opted da qualidade. O artigo 164 exige que o responsável pelo estabelecimento radiológico elabore um manual de qualidade contendo “os padrões adotados para verificar a qualidade da técnica radiológica e a qualidade diagnóstica nos procedimentos de radiodiagnóstico” (Anexo XXVIII).
– Treinamento específico para trabalhadores recém-contratados. “O empregador deve garantir que cada trabalhador exposto aos riscos de exposição a radiações ionizantes no contexto de suas tarefas atribuídas receba treinamento suficiente e apropriado em proteção contra radiações, incluindo qualquer treinamento específico” (Artigo 111). Esse treinamento é obrigatório antes que os trabalhadores recém-recrutados assumam suas funções.
6. Impacto do NRRP na física médica
A física médica desempenha um papel vital na radiologia, na radio-oncologia e na medicina nuclear, contribuindo para o uso seguro e eficaz da radiação nessas disciplinas. Em radiologia, os físicos médicos garantem o desempenho ideal dos equipamentos de imagem, calibram e mantêm os níveis de dose de radiação e implementam medidas de controle de qualidade para garantir imagens precisas e de alta qualidade. Eles também desempenham um papel crucial na otimização da dose, garantindo que os pacientes recebam as informações de diagnóstico necessárias, minimizando a exposição à radiação da equipe do paciente [5]. Em oncologia de radiação, os físicos médicos colaboram com oncologistas de radiação para desenvolver planos de tratamento, calcular doses de radiação e garantir a entrega precisa de radiação aos tecidos cancerígenos. Eles realizam verificações de garantia de qualidade em equipamentos de radioterapia, verificam a precisão do tratamento e monitoram as doses de radiação do paciente. Na medicina nuclear, os físicos médicos estão envolvidos no manuseio e administração seguros de radiofármacos, garantindo dosagens adequadas e minimizando a exposição à radiação para pacientes e funcionários. Eles também contribuem para a aquisição e análise de imagens, garantindo informações diagnósticas precisas. No geral, a experiência dos físicos médicos em radiologia, oncologia de radiação e medicina nuclear é indispensável para fornecer atendimento seguro e eficaz ao paciente, otimizar a precisão do diagnóstico e garantir os mais altos padrões de segurança contra radiação. Com isso em mente, o NRRP italiano também terá um impacto sem precedentes no campo da física médica. A introdução de novas tecnologias utilizando radiação ionizante e a substituição de equipamentos desatualizados exigirão o estabelecimento de programas robustos de garantia de qualidade e a execução de testes de aceitação em todas as novas instalações. No âmbito do Plano Nacional de Recuperação e Resiliência (PNRR) e em conformidade com o Decreto Legislativo 101/2020 acima mencionado, no que diz respeito às ações a serem tomadas em vários setores das atividades especializadas do especialista em física médica, as seguintes prioridades podem ser identificadas:
– De acordo com o Artigo 163, Decreto Legislativo 101/2020, testes de aceitação e desempenho devem ser realizados em todas as novas instalações que utilizam radiação ionizante antes de serem colocadas em operação.
– Desenvolvimento de novos protocolos de garantia de qualidade para equipamentos radiológicos médicos implementando técnicas anteriormente indisponíveis ou capazes de executar novos protocolos diagnósticos/ terapêuticos.
– Identificação de equipamentos radiológicos médicos em conformidade com os requisitos estabelecidos pela legislação recente (Decreto Legislativo 101/2020, Art. 163).
– Otimização de todas as práticas radiológicas que envolvam exposição do paciente, com especial atenção às “Práticas Especiais”, conforme identificadas e definidas no artigo 165 do Decreto Legislativo 101/2020, nomeadamente todas as práticas que envolvam exposição médica de indivíduos: a) em idade pediátrica; b) expostos dentro de programas de triagem; c) exposto dentro de práticas radiológicas envolvendo altas doses para o paciente (como pode ocorrer no caso de radiologia intervencionista, tomografia computadorizada, medicina nuclear) d) submetidos a tratamentos radioterapêuticos.
Conclusão
O Plano Nacional de Recuperação e Resiliência da Itália está atualmente tendo um impacto significativo no uso médico da radiação ionizante na Itália. Através do aumento do financiamento, levou a avanços no atendimento ao paciente, melhorias tecnológicas, melhorias de segurança e desenvolvimento de infraestrutura. Essas mudanças positivas resultaram em melhor precisão diagnóstica, melhores resultados de tratamento e experiências otimizadas do paciente. O compromisso do plano de investir no uso médico da radiação ionizante ressalta a importância de fornecer serviços de saúde de alta qualidade à população italiana. Ao priorizar o atendimento aprimorado ao paciente, os padrões de segurança, a pesquisa e o desenvolvimento e a infraestrutura de saúde, o plano provavelmente melhorará a prestação de serviços diagnósticos e terapêuticos baseados em radiação. Como resultado, o PNRR posicionou a Itália na vanguarda dos avanços médicos, garantindo o progresso contínuo e o sucesso do uso médico da radiação ionizante no país.